Uma Jornada que Nunca Esperamos T.J. e Ellen Holt, Casal da Zona TransOceânica – ERI
Nunca imaginamos que uma mudança para o Texas nos levaria por um caminho que se estenderia através de oceanos e continentes. Em 2000, após nos mudarmos do Meio-Oeste por trabalho, nos encontramos em Kingwood, Texas—longe da família, longe dos amigos, e em busca de conexão. Foi então que descobrimos as Equipes de Nossa Senhora.
Nos juntamos à Equipe #6 de Kingwood, Texas, na Igreja Católica St. Martha em Kingwood, e o que encontramos foi mais do que um pequeno grupo de casais—encontramos uma família. Nossa Equipe se tornou o lugar onde podíamos compartilhar alegrias, carregar tristezas, e crescer na fé e amor ao lado de outros casais cristãos. Em uma cidade de estranhos, encontramos nosso amor e apoio.
Ao longo dos anos, ao dizer “sim” a papéis de serviço—de Casal de Oração a Setor, Região, Província, e finalmente Super-Região dos EUA—chegamos a entender algo belo: que cada “sim” leva a uma bênção mais profunda. Com cada nova oportunidade de servir, Deus revelou mais de Seu plano, e mais dos casais incríveis que compõem nosso Movimento.
Encorajamos todos os casais: quando vocês são convidados ao serviço—seja ajudando a pilotar uma nova Equipe, organizando um evento, ou assumindo um papel como Casal de Setor, Regional, ou Super-Região dediquem tempo para discernir em oração. Perguntem a Deus onde Ele os está conduzindo, e se Ele os está chamando, confiem Nele e caminhem adiante com fé. Vocês ficarão maravilhados com como Ele os equipa e abençoa através das pessoas que encontram e das vidas que tocam e os tocam.
Hoje, temos o grande privilégio de servir como Casal da Zona TransOceânica no ERI (Equipe Responsável Internacional), a equipe de liderança internacional das Equipes de Nossa Senhora. Nossa zona é ampla e belamente diversa, incluindo as Super Regiões dos EUA & Trinidad/Tobago, Oceania (Austrália, Nova Zelândia, Filipinas, e Timor), e TransAtlântica (Grã-Bretanha, Irlanda, Gana, Malawi, Zâmbia, e África do Sul), bem como as Regiões do Canadá e Índia.
O papel do Casal Ligação da Zona é promover uma conexão mais próxima entre a liderança internacional e as realidades locais do Movimento. Nós ouvimos. Acompanhamos. Encorajamos. E através disso, ajudamos cada Região e Super-Região a se sentir parte de algo maior—algo unificado na missão, enraizado no amor, e aberto ao Espírito.
Servir na ERI nos mostrou que embora venhamos de línguas, costumes e culturas diferentes, estamos unidos em nosso desejo de fortalecer casamentos e crescer mais próximos de Cristo. Seja trabalhando com casais em várias partes do mundo—o coração das Equipes permanece o mesmo—amizade, oração, Escritura, Eucaristia, e apoio mútuo em nossos casamentos.
Esperamos que cada membro das ENS saiba que o ERI existe para apoiar vocês. Para ouvir suas experiências. Para caminhar com seus líderes. Para construir pontes ao redor do globo para que não importa onde vocês estejam, vocês não estão sozinhos. As ENS são uma família mundial, e sua fidelidade, suas orações, e sua presença importam profundamente.
Nossas três filhas—Samantha (pesquisadora pós-doutoral no MIT), Ashley (estudante de PhD/MD na Universidade de Wisconsin), e Hannah (cosmetologista em Houston)—cresceram testemunhando nossa jornada nas Equipes. É nossa esperança que elas também carreguem as sementes desta missão para o mundo: que o casamento vale a pena ser nutrido, e que o amor enraizado em Cristo muda vidas.
Somos humildes para servir, e gratos por caminhar esta jornada com todos vocês. Continuemos a dizer “sim”—à unidade, à missão, e às bênçãos diárias que vêm quando confiamos no chamado de Deus.
Carta aos ENS
Queridos Casais, Conselheiros e Acompanhantes Espirituais,
Desde o Encontro Internacional de Turim em julho do ano passado, o Casal Responsável da nova ERI me convidou para acompanhá-los como Conselheiro Espiritual. Sou o Padre Augusto García, colombiano, sacerdote há 41 anos, membro da Companhia dos Padres de São Sulpício e atualmente sacerdote da Arquidiocese de Edmonton, na Província de Alberta, Canadá. A esta Arquidiocese fui enviado pela minha comunidade sulpiciana há vinte e cinco anos. Nesta, faço parte da equipe de formadores do Seminário St. Joseph, Pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe que serve a comunidade hispânica da Cidade e também Conselheiro de algumas Equipes.
Animado pela ERI quero compartilhar com vocês brevemente nesta carta minha experiência com as ENS em três etapas.
1ª Etapa: Conhecimento e aprofundamento do Carisma dos ENS
Meu primeiro contato com as ENS foi em Brasília, Brasil. Como acontece com muitos conselheiros, ali pela primeira vez tive conhecimento da existência das ENS porque um casal me convidou para ser conselheiro de sua Equipe. Aceitei justamente porque me prometeram que eles e a Equipe me ensinariam isso de ser conselheiro. Efetivamente assim o fizeram durante quase dez anos. Sublinho porque nas equipes: Casais e Conselheiros estamos em permanente formação e crescimento recíproco. Lembro que me deram alguns livros e folhetos sobre as ENS que li com atenção. Encontrei nestes uma rica reflexão espiritual e teológica que me entusiasmou imediatamente, mas teriam sido letra morta sem o espírito do carisma vivido pelos casais. Me entusiasmava muito mais ver como as reflexões sobre o carisma e o espírito das ENS adquiria rosto, nomes e corações nos casais que diariamente se esforçavam por viver sua espiritualidade conjugal. Sem dúvida meu conhecimento e aprofundamento sobre as ENS obtive na minha relação pessoal com os casais e com as equipes que acompanhei. Com os casais experimentei no cotidiano da mesa compartilhada com suas famílias, e na reunião mensal, o que no Guia dos Conselheiros se conhece como a “complementaridade de sacerdotes e matrimônio”. Não deixa de ser esta uma das muitas intuições que teve o Padre Caffarel e que continua sendo verdade no seio de cada equipe. Nesta primeira etapa da minha vida com as equipes, o Espírito de Deus estava preparando a seguinte, mediante o afeto, o carinho e o testemunho dos casais que acompanhei em Brasília. Nunca conseguirei agradecer-lhes suficientemente a cada um deles, mas o belo das ENS é que têm rosto e nomes que guardamos no profundo do nosso coração.
2ª Etapa: Fundação e expansão do movimento
Esta etapa começou há vinte e quatro anos em 2001. Com a experiência e o entusiasmo acumulados no Brasil, meu primeiro objetivo foi iniciar as ENS na paróquia. Em maio do próximo ano estaremos celebrando os 25 anos de sua fundação em Edmonton e no Oeste do Canadá. Sem muitos recursos, ainda de materiais de orientação básicos, começamos com a confiança posta no Senhor. Agradecemos à Super Região dos Estados Unidos que nos ofereceu seu apoio logístico e ainda econômico nesses primeiros anos. O espírito missionário germinou nos casais como resposta à sua vocação matrimonial agora avivada e enriquecida com o carisma das ENS. Desde Edmonton os casais equipistas fundaram equipes em outras cidades da província de Alberta como Calgary, Fort McMurray, Saint Paul e ainda fora de Alberta na cidade de Winnipeg na província de Manitoba. A missão e o serviço nas ENS é sempre fruto da vocação nutrida e fortalecida diariamente com a prática dos Pontos Concretos de Esforço não como seu fim mas como suas ferramentas. Com o crescimento e expansão das ENS nesta parte do Canadá experimentei o que escreve São Paulo: “Eu plantei e Apolo regou, mas quem fez crescer foi Deus” (I Cor 3,6). Minha gratidão àqueles casais fundadores das ENS em Edmonton, a todos aqueles que com ânimo generoso se puseram a caminho para criar equipes aqui e em outras cidades. Juntos desde agora, demos graças a Deus por estes primeiros vinte e cinco anos dos ENS nesta região Oeste do Canadá.
3ª Etapa: Serviço à comunhão e ao discernimento no Colégio do Movimento
Esta etapa tem a ver com meu serviço como conselheiro espiritual da ERI. Todos sabemos bem que a presença e companhia do sacerdote é uma característica essencial das Equipes de Nossa Senhora desde a Equipe de base até a Equipe Responsável Internacional. Durante este ano junto aos casais da ERI descobri que minha tarefa como conselheiro é fundamentalmente um serviço à comunhão e ao discernimento no colégio da ERI. De comunhão, em primeiro lugar, com a pessoa de Jesus Cristo. Por isto, cada vez que nos reunimos, a oração da manhã em equipe é preparada com antecedência e orientada com grande devoção. A celebração da Eucaristia ao final de cada jornada é uma ação de graças pela tarefa realizada e um acontecimento de comunhão onde apresentamos diante do altar todas as equipes do mundo. Também se prepara os meses anteriores à nossa reunião. A homilia nunca falta. Me alegra saber que pelo sacramento do sacerdócio ministerial, Cristo se faz presente, santifica cada casal e nos une em seu amor. Da celebração eucarística nasce a comunhão entre os casais da ERI, se fortalece a fraternidade e se animam mutuamente na missão. O serviço no discernimento colegial da ERI é esse lembrar permanente de acolher a presença do Espírito Santo no exercício da escuta mútua, da liberdade respeitosa ao expor nossas diferenças, no descobrir juntos os sinais do Reino de Deus nos sucessos e dificuldades em cada lugar onde se encontram os casais equipistas. Como conselheiro não me penso diretor da ERI, os casais são os responsáveis por toda orientação e decisão, mas lhes confesso que todas eles escutam com atenção a seu conselheiro e em muitas ocasiões pedem sua opinião. Creio não faltar à confidencialidade se lhes conto que também o casal responsável discute com seu conselheiro previamente distintos temas que devem apresentar aos demais casais da Equipe Internacional. Em definitivo, durante este tempo na ERI, muito mais que ser um conselheiro, foram cada um dos casais pessoalmente e como equipe os que me fizeram sentir seu conselheiro com tudo o que este termo significa nos ENS. Ao terminar estes rápidos apontamentos quero pedir a todos os casais, conselheiros e acompanhantes que oremos muito pelas equipes no mundo e particularmente pela atual ERI que com muito amor e generosidade dedicam seu tempo a discernir no Espírito do Senhor o que é melhor para cada casal e para o Movimento no mundo e na Igreja atual.
