Caríssimos Casais,
O nosso Movimento está empenhado em caminhar ao ritmo do sentir da Igreja em caminhada sinodal, na qual ela procura, à luz do Evangelho, «discernir as vias com que renovar a Igreja e a sociedade no seu empenho pela família fundada sobre o matrimónio entre homem e mulher» (Relatio Synodi, 4). Do lugar onde vos escrevo contemplo todos vós, espalhados pelos quatro cantos do mundo, nos mais diversos contextos culturais, mas todos unidos no desejo de corresponder ao pensamento de Deus que se manifesta neste sentir da Igreja.
Na mensagem dirigida aos responsáveis dos Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, no dia 22 de Novembro de 2014, o Papa Francisco recordava três pontos fundamentais que todos os movimentos devem ter sempre presentes: a fidelidade ao carisma, ao «primeiro amor»; acolher e acompanhar todos, especialmente, os jovens, para que todos sejam capazes de tomar as decisões acertadas no momento próprio, à luz do Evangelho; e manter a «comunhão» eclesial, isto é, estar em comunhão com o magistério da Igreja e muito particularmente com o Santo padre. São três pontos essenciais que interessam a todos e muito particularmente ao nosso movimento: fidelidade ao primeiro amor; acolhimento e ajuda nas decisões fundamentais que cada um deve tomar; manter a comunhão na Igreja, especialmente com o Santo Padre que tem a suprema responsabilidade no serviço universal da caridade.
Para o nosso Movimento e tendo em conta a primeira recomendação do Papa Francisco, eu tenho insistido, desde o princípio do meu serviço, em dois dos pontos de esforço que fazem parte do nosso método espiritual: o dever de sentar e a oração conjugal.
O dever de se sentar na presença do Senhor, como Maria, que O escutava, permite ao casal partilhar a sua vida e iluminá-la à luz do Evangelho, alimentando sempre mais a sua união no Senhor.
Na oração conjugal – aconselho-vos rezar o terço a Nossa Senhora, a oração simples que conduz directamente ao coração – o casal alimenta a sua união no Senhor e pode assim ser fiel aos três altares nos quais celebra o mistério do amor que é mais forte do que a morte: o altar da eucaristia onde recebe o corpo do Senhor, sem o qual não podemos fazer nada (Jo 15,5); o tálamo nupcial, no qual, segundo a vontade do Senhor, o casal se torna uma só carne, um só coração e uma só alma, num amor casto e puro aberto à fecundidade da vida, colaborando com Deus para povoar o céu e a terra; e o altar que é a mesa à volta da qual o casal e a família se reúnem para tomar o seu alimento, na alegria e na simplicidade do coração.
Caríssimos Casais, empenhai-vos a viver fiel e generosamente estes dois pontos concretos de esforço. São eles que permitem cultivar a união dos vossos corações e serdes um sinal profético eficaz para a Igreja e para o mundo hoje. Invoco para todos vós as mais abundantes graças e que o Senhor, pela intercessão da Virgem Maria, vos abençoe e vos proteja sempre.
Com fraterna amizade,
P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj